você está lendo Aprendendo todo dia uma coisa diferente sobre o amor ou quase isso

Depois de uma semana voando do nordeste ao sul do país, posso dizer mais uma vez que poucas coisas nessa vida fazem tão bem para os dias rotineiros, quanto conhecer lugares e pessoas diferentes.Viajar é sempre uma boa alternativa e dessa vez eu fiz a escolha certa.

Enquanto esperava para o embarque, no aeroporto de Campinas, me vi mais uma vez sozinha no meio de centenas de pessoas que nunca vi antes. Aquilo me parecia normal e essa era a parte mais assustadora. É estranho pensar que as coisas que antes costumavam fazer meu estômago revirar, agora fazem simplesmente parte do meu cotidiano. Quando foi o exato momento em que tudo mudou?

Enquanto me distraia com meia duzia de bobagens postadas no twitter, ouvi finalmente o número do meu voo. Peguei minha bolsa, desliguei o carregador da tomada (bateria de Iphone, cada dia durando menos…) e levantei do cantinho em que me escondi em busca de energia.

Impossível olhar para as nuvens através da janela do avião e não viajar pra longe em pensamentos. Deve ser loucura minha, mas perceber a imensidão do nosso planeta desperta um sentimento curioso curioso em mim: Assim como muitas coisas nessa vida, as nuvens ficam lá, com existência independente. Aos meus olhos, naquele momento, inocentes e suaves. Mas depois, vai saber, talvez negras e causadoras de milhares de perdas.

Talvez tudo tenha um pouco dessa lógica: um lado bom, e um lado ruim. Um lado que nos deixa em paz. Que alivia, tanto do sol, quanto da dor. Um lado que nos tormenta. Que apaga a luz do quarto e deixa a noite escura ainda mais fria. Digamos que seja mesmo uma grande mistura feita de pequenas decisões. Escolher é então a soma da conquista com a consequência da perda.

(…)

Enquanto isso, o cara do lado achando que eu estava assistindo a série “Victorious”.

Cheguei em Curitiba ainda cedo e fui logo para o Hotel. Minhas colegas de quarto não tinham chegado, então deitei na cama e fiquei alguns minutos sozinha apreciando a decoração e pensando no quanto era legal estar ali naquele lugar. Sem querer adormeci e só acordei com o barulho da porta. Duas garotas entraram, e depois de algumas horas de conversa, já eramos amigas e estávamos escolhendo juntas qual seria o look que usaríamos em alguma balada da cidade.

Naquela noite conheci também alguns rapazes amigos delas. De maneiras diferentes, um mais encantador que o outro. Aliás, é incrível como me dou bem com gente bem humorada. Sem levar em consideração interesses ou flertes, pessoas que eu aceitaria como companhia para o resto da vida. Descobri que sertanejo em balada continua sendo uma merda, mas que que por perto de pessoas legais, pode ser divertido.

No outro dia reencontrei pessoas.

Entre desencontros e encontros, expectativa e realidade, sorri. Palestrei, bebi e dancei. Antes mesmo que eu pudesse dar conta, já era hora de voltar. Fechei a mala, atrasada, e olhei mais uma vez debaixo da cama pra ver se não tinha deixado nada pra trás.  Levantei, limpei a meia-calça e percebi que o ficou, dessa vez, foram histórias reais pra contar. Senti uma sensação boa por ter ido até ali.  Já da janela do táxi, mais uma certeza: A Bruna que pousou dois dias antes já não era a mesma Bruna que decolaria naquele avião nos minutos seguintes.