Tudo bem, era maio

02 de junho de 2013
você está lendo Tudo bem, era maio

comigo-nao

Na escola eu nunca tirava nota máxima em redação porque a professora não conseguia enxergar meus pontos no i. Digamos que minha letra é a mesma desde a quarta série, então, talvez, eu continue esquecendo de pontuar algumas coisinhas. Vamos tentar mais uma vez.

Maio sempre me surpreende de um jeito bom. Esse ano não foi diferente, embora alguns da minha timeline já estivessem fazendo piada com a duração do mês. Tudo bem, vai. Fazem isso até em fevereiro quando não é ano bissexto. Agora, voltando ao tradicional mês dos casamentos. Coisa linda de se acompanhar. Tantas flores, sorrisos e vestidos no instagram. Gosto de ver as pessoas na igreja, embora tenha uma preguiça enorme de escutar tudo o que padre fala durante o casamento. Talvez um dia eu mude de ideia.

No último mês fiz surpresa para mamãe e ganhei outra no meu aniversário. Passei longe de casa, mas perto dos amigos mais queridos. Foi legal. Mesmo com uma lente rasgada e um coração autoritário. Me dei conta de que nunca conheci algumas pessoas e enquanto fazia isso, percebi que me conheço muito bem. Mais do que imaginava. Foi meu primeiro mês sozinha. Com as contas, prestadores de serviços e vista da janela. Desculpem pelas fotos iguais, tá?

Me dei conta de que ser adulto é tipo ser criança, só que sem poder chorar e resmungar com a mãe toda vez que doer.  Ser adulto também é querer impressionar os amiguinhos, a família e se bobear, os colegas de trabalho também. Quanta pose. Tudo bem, presumo. Pelo menos aquela fase de fumar no ensino médio para parecer mais velho passou.

Embora minha vida não seja lá tão organizada, as pessoas gostam de pedir uma opinião. E au adoro falar sobre sentimentos. O assunto é jogo de futebol, e então, estamos falando de amor. O assunto é o clima de São Paulo e então, estamos falando de destino. Acho que pessoas que escrevem geralmente são ótimas conselheiras, né? Eu, por exemplo, sempre que termino um bom livro tenho vontade de pegar o telefone e ligar pro autor só para saber o que ele faria da minha vida se eu fosse um dos seus personagens.

Em maio, sai mais vezes. Me permiti. O que Bruna faz enquanto não tá pensando no que fazer? Bruna faz.

Emagreci 5kg. Meu cabelo cresceu. Descobri que meu Xbox me entende. Aprendi uma parte da coreografia do “show das poderosas”. Passei na minha antiga rua e me dei conta de que a filha da mocinha que fica pedindo dinheiro em frente ao shopping já estava andando. Quando mudei para São Paulo ela era um bebê e me fez querer ir lá e brigar com a mãe porque estava frio demais para ela estar ali.

Por fim, cheguei a uma conclusão. Antes do dia 31, aliás. Andar descalço faz mal. Ficar sem almoço também. Mas o que machuca mesmo é a saudade, o arrependimento e o que nós fazemos com nossa própria mente. Não é o que dizem, é o que pensamos sobre o que dizem. Porque quando estamos em paz, nada disso importa tanto assim.

Escrevi ouvindo Freckles da Natasha Bedingfield.