Não, o título não está errado. É isso mesmo que você acabou de ler. Será que, quando viajamos, não nos preocupamos demais em cumprir bem o papel de turista e nos esquecemos de ser viajantes?
Eu sou do time que, em um lugar novo, quer ver tudo com os próprios olhos. As torres, os arcos, as pontes, os letreiros, os monumentos… Quando aquilo é transportado da foto que está no livro, na revista ou na Internet para um registro seu, da sua cabeça e do seu coração, nossa, é de arrepiar qualquer um.
Mas… e depois? As ruas, as cidades e cada um dos países do mundo não são feitos apenas de pontos turísticos. Viajar é mágico porque, durante a experiência, as possibilidades são infinitas. Será que a rotina de uma dançarina inglesa é parecida com a sua? E a de um garçom tailandês? De uma enfermeira californiana? De um jornalista japonês?
Fora isso, ainda temos os lugares escondidos… Durante uma viagem, encontrar uma doceria que só os locais conhecem, uma lojinha de artesanato ou um beco desconhecido com arte de rua é como achar um tesouro. É nessa hora que você realmente entende aquele lugar, respira o ar de quem vive ali, aprende e descobre, então, o valor de ser viajante.
Ó, conselho de quem está no início do processo de conhecer o mundo para quem sonha em conhecer o mundo: programe-se. Sim, separe um tempo para conhecer o que todos já conhecem. Afinal, você estará lá, em carne e osso, e precisa tirar fotos mentais e criar lembranças de tudo aquilo. Mas não gaste todas as suas horas com turismo. Separe um bom tempo para desbravar a realidade de onde você está. Vale a pena. Prometo!
Eu sei que, normalmente, fica infinitamente mais fácil descobrir lugares quando você conhece alguém que more por lá. Mas tem que ter outros jeitos, né? Bom, existem opções: ler muito, muito, muito sobre o seu destino (em revistas, sites e blogs) e montar um roteiro bem pensadinho, conversar loucamente com gente que já tenha ido para o mesmo lugar, procurar opções diferentes de viagens em agências de turismo ou até dar uma olhada nos roteiros imersivos que empresas especializadas em “aventuras cotidianas” oferecem. Pois é, até isso existe: dê uma olhada na [un]tourism e na Go Barefoot. E olha que estes são só alguns exemplos.
Viajar, que maravilhosidade. O que você acha dessa ideia, de investir no seu eu viajante? Já fez isso ou pretende fazer? Onde? Me conta nos comentários, vou amar saber!