A gente dança. Porque quando você pega em minhas mãos e me conduz, nada mais importa. Pode cair aquela tempestade que o céu cinza estava prometendo: eu não ligo para a água em meus sapatos, para as gotas molhando a minha cabeça e nem para os raios e trovões que virão. Só quero você. A sua companhia. Agora.
Não importa o ritmo, a gente só dança. Porque o que a gente faz de melhor é dançar. Se a ocasião não combina com o nosso jeito de dançar, mudamos, nos adequamos, encontramos novas formas de continuar. A gente sempre dá um jeito, mas o importante é que nós prosseguimos, sempre unidos, com a mesma paixão e o mesmo amor de sempre.
Girando nas curvas que surgem, rodopiando com as dificuldades, fazendo nossos corpos se encontrarem nas calmarias e percorrendo todo o salão da vida. Juntos.
Porque é isso o que a gente faz. É este o nosso jeito de amar. Indo com dois pra lá e dois pra cá, deixando as notas nos levarem para onde quer que seja. A gente só vai.
E em todas as vezes que a música termina, para o disco virar e outra recomeçar, a gente também dá uma pausa, de leve, coisa rápida. Mas é neste momento que nos olhamos mais profundamente e que nos vemos por inteiro, lendo não só os olhos, como tudo aquilo que está por dentro. E a gente se encanta novamente e recupera o fôlego para voltar um para os braços do outro. E então enfrentamos tudo e todos, dançando e dançando.
E se você erra o passo, dá um jeitinho de acertar no momento seguinte. E se eu piso no seu pé, desastrada (você me conhece!), também não criamos um problema muito grande. A gente se resolve e aprende a encaixar a nossa marcha. Não é que encontramos os melhores parceiros que poderíamos ter? E eu que pensei que nunca aprenderia a valsar…
Então não solta da minha mão, que eu não solto da sua. E assim a gente continua sempre indo do jeito que tiver que ser, do jeito que conseguirmos nos virar.
Porque não importa qual for a música. A gente só dança. E eu não quero parar de dançar.