Sabe quando você diz a ela que algo que ela faz é diferente, fora da curva? Que suas atitudes não se parecem em nada com as de outras pessoas?
Ela acha isso muito bom.
Porque esta garota não quer ser igual a todo mundo: ela é justamente isso que você conseguiu enxergar agora em um ato isolado. É o pontinho vermelho no meio do preto e branco, a própria personificação do efeito cut-out na foto estilizada.
Aliás, sabemos que esta definição é um pouco clichê e disto ela também fugiria, porque detesta os lugares comuns. Odeia cair naquela via na qual todo mundo anda e se recusa a seguir por um caminho sem antes entender por que todos estão ali sem ponderar se existem outras bifurcações.
Ela não faz questão alguma de seguir por seguir. Para agradar alguém, então? Jamais! Porque ela sabe que isso é cilada e de forma alguma tem a ver com sua vontade real. É apenas a externalização do desejo alheio, se infiltrando em outro alguém que passa a ser um igual.
E ela não é igual.
Por isso que esta menina procura sempre pensar pela própria mente, analisar em sua própria forma, decidir sozinha e, então, tomar um partido. Ela não mergulha em um mar desconhecido só porque alguém pede.
E tudo isso vem apenas de um medo antigo que, por sinal, caberia bem em seu único temor: ela não quer ninguém controlando sua vida. Não acha que qualquer pessoa tenha o direito de dizer o que ela deve fazer – e quer ter liberdade e autonomia para decidir o que acha certo para si.
Preciso repetir: ela não quer ser igual. E isso não demonstra tanta rebeldia assim, se você pensar. Ela apenas está remando contra a maré e lutando por um direito que deveria ser muito básico: porque ela pode muito bem escolher suas próprias companhias, suas opiniões, suas fontes de divertimento, suas músicas e filmes, sua cor de cabelo e seu próximo destino pela manhã.
Afinal, esta é a vida dela, não é?
Então somente aceite e a compreenda o ser sem amarras que ela é.