De todas as lembranças bonitas que temos para compartilhar, uma das que mais gosto aconteceu em uma quinta-feira normal, de noitinha. Sem flores, surpresas ou qualquer coisa grandiosa do tipo.
Naquele dia, eu tinha deixado a parte confiante de mim adormecer enquanto levantava a cabeça para enfrentar mais um problema. Foi quando algumas coisas me provaram que conseguiam dar mais errado do que eu imaginava. O ápice do descarrilhamento de trens que foi aquela minha semana aconteceu, bem quando eu estava me sentindo muito mal e não conseguia me livrar disso.
Tinha tudo para ser um dos piores dias do ano, mas não foi. A gente se encontrou quase nos 45 minutos do segundo tempo e, aí, tudo mudou.
Você chegou e eu mal esperei para te contar sobre o azar tremendo que eu tinha pra atrair coisas estranhas. Falei, falei, falei.
E você me ouviu, pacientemente, e depois se calou. Não precisou dar conselho algum, comentar ou salientar nada. Só me abraçou – e assim ficamos por um bom tempo.
Quando nos soltamos, outro assunto havia surgido e, a partir dele, outro e mais outro. Quando me dei conta, estávamos rindo por uma coisa qualquer. Novos assuntos ocuparam a minha mente e a esperança foi surgindo de mansinho. A paz estava, enfim, restabelecida.
Com a alma cheia de sorrisos, eu me sentia mais forte e com as energias sendo carregadas. Foi aí que você me provou que, na verdade, eu tinha sorte. Porque, no meio de tantas turbulências, tinha atraído um ser tão bacana – que estava sempre ali pra mim e me deixava para cima, mesmo quando a gravidade estava fazendo um baita esforço no sentido contrário.
Foi por isso que eternizei aquele dia conflituoso aqui dentro, porque foi nele que percebi que você me trouxe mais do que amor: você me presentou com sorrisos. Meus.