Estamos acostumadas a operar num sistema programado para agir meio que no automático. Algumas de nós conseguem ser a mesma pessoa com todo mundo, outras variam de grupo para grupo. Pode depender muito das situações e de quem está ali na nossa frente, naquele determinado momento.
Mas, de certa forma, a gente aprende a “ter que ser legal”.
Antes de continuar, é necessária uma distinção: “legal” neste caso não simboliza educação e empatia. Porque essas duas coisas tem que viver conosco como a consciência daquela velha frase que diz: “todo mundo está enfrentando uma batalha da qual não sabemos nada a respeito.” “Legal” é mais no sentido de ser uma pessoa acima da gentileza – aquela que procura formas de ser ultra do bem, ou que o faz naturalmente.
Só que, às vezes, misturamos tudo e praticamos por obrigação esse negócio de ser uma pessoa legal.
E todas as coisas naturais, quando se tornam obrigação… bom, você já sabe o final dessa história. Não há mais prazer naquilo que não tem sentido. Quando caímos na real, refletimos sobre o porquê de estarmos fazendo aquelas coisas, forçando no rosto um sorriso desnecessário… Por quê?
Qual é o motivo de fazermos tanta questão de estender tapetes até mesmo para quem passaria por cima de nós sem a menor cerimônia – e depois compartilharmos imagens engraçadinhas sobre fazer papel de trouxa, mas sem parar de realmente fazê-lo?
É como está escrito ali no começo: temos que ser agradáveis, sim. Mas isso não significa que precisamos agradar a todo mundo.
As coisas ficam tão mais pesadas quando a gente se incumbe dessa pendência desnecessária! A nossa obrigação é só a de ser feliz e disso a gente sabe. Temos que levar esse lema para todos os lados de nossas vidas: até mesmo no relacionamento com as pessoas que não nos dizem muito: aquelas lá do começo, com quem a gente tenta ser legal e faz um esforço quase sobre-humano.
A gente não nasceu para se preocupar com deixar uma boa impressão. Cabe um egoísmo branco aqui: antes de tudo, passe um filtro e veja o que te cativa primeiro. E aí sim você terá o discernimento e a iniciativa de saber o que fazer a seguir. Incluindo descartar, é claro, aquela velha obrigação de ser legal.