Aquele dia foi especial.
Mesmo não passando por uma fase muito fácil, em que sentia que o peso do mundo me faria despencar, consegui resistir e não caí. Você sabe como eu lido com essas coisas, sempre seguindo em frente, então não parei para reclamar – só continuei, enfrentando tudo que o tempo colocava diante de mim. Era uma batalha que, eu sabia, terminaria mais cedo ou mais tarde, mas não dava pra parar e pedir pra descer no instante em que eu bem entendesse.
Sou do tipo de pessoa que não para pra breaks que me distraiam. Uma semana difícil de provas, um período cheio de problemas, família precisando de mim… Eu apenas sigo, firme e forte.
Foi então que você chegou na porta da minha casa e pediu para entrar, repentinamente, numa visita sem aviso prévio. Não esperava te ver – e aquilo fez o meu coração saltar direto para o ponto de paz que pulsava muito claramente em você.
Estava ali. No seu abraço, me derreti por completo. Foi como se toda a carga pesada acumulada por dias tivesse se dissipado numa chuva que molhou nós dois, levando para o ralo qualquer energia complicada que pairava sobre mim. Te olhei bem fundo e pensei no poder que você tinha de deixar as coisas melhores – aquilo certamente não era algo a ser ignorado.
Nos poucos momentos que passamos juntos depois disso, a sua simples presença fez o meu coração cansado se animar. Mas era só você e eu. Era a sua mão na minha e a certeza de que ali estava uma força mais potente do que o power bank nos últimos suspiros da bateria do meu celular. Era a confirmação de que o seu carinho é mesmo meio mágico. E, naquele momento, percebi que ele consegue fazer o meu corpo inteiro sorrir, mesmo depois de dias em que uma nuvem nublada fez questão de me acompanhar.