Ela tinha muitas dúvidas a respeito de seu destino.
Quando parava para pensar no assunto, nenhuma resposta se formava tão claramente em sua cabeça. Mil ideias surgiam e se embaralhavam todas: eram tantas as possibilidades…
Neste emaranhado sem fim, sua dúvida se fazia ainda maior, porque dentro de si ela tinha uma vontade muito grande de fazer algo novo. E por mais que pensasse muito a respeito disso, não entendia ainda do que se tratava e o que poderia ser feito.
Ela nunca havia pensado na vida desta forma. Mas, assim que a ideia lhe ocorreu, percebeu que deveria sair do lugar e fazer algo. Fosse o que fosse, não ficaria parada.
Aliás, era assim em todos os outros aspectos de sua vida: se ela colocava algo na cabeça, tratava de levantar de seu lugar e arregaçar as mangas. Se outras pessoas estavam envolvidas, então, ela dividia tarefas como ninguém e fazia tudo funcionar como um grande organismo vivo.
Mas, por enquanto, por mais que ela estivesse em movimento, ainda não existiam resultados. É claro que, por si só, o ímpeto era um grande passo, já que muitas pessoas nem isso têm: é fácil encontrar a desesperança num mundo em que as coisas são mais cinzas do que pintadas em sete cores. E as tais cores ela pintava sem se esforçar, mesmo que não soubesse o que faria com o quadro depois: para ela, isso nunca foi problema. A grande questão era o motivo central das pinceladas: qual era o desenho a ser feito?
Foi quando ela percebeu que a grande magia, ou seja, aquele seu poder especial, estava mesmo em iniciar. Em dar o chute que faz a partida começar, em plantar aquela que um dia será a maior árvore da praça. E isso ela sabia, de verdade, fazer muito bem. Afinal, era o que estava fazendo naquele momento.
Esta garota tinha uma liderança imensa dentro de si: era sobre este pioneirismo que tudo, afinal, se tratava. Sua mente inventiva e cheia de iniciativa podia pegar os outros pela mãos e levar aos caminhos que ela quisesse seguir. Sua vibração era imensa e, sua vontade, maior ainda.
E foi isso que ela fez quando concluiu que, fosse para onde fosse, o importante era nunca perder a vontade de propagar – e juntar todo o impulso do mundo para dar o primeiro salto.