Quando você fecha os olhos, quem vem à sua mente?
É sempre a mesma pessoa. Bem aquela que não responde as suas mensagens com prontidão. Mas tudo bem, logo surgirá uma desculpa em sua cabeça: ela deve ter um motivo muito bom para isso. Vai que é só o jeito dela? São tantas as coisas que a gente esconde por trás de uma personalidade peculiar!
Mesmo que a relação de vocês já dure um tempo e não tenha um nome: você faz questão de se convencer de que isso é até bonito. Afinal, não ter rótulos pode mesmo ser muito libertador, não é? Quando os dois concordam, tudo bem – mas não é assim que acontece aí do seu lado e você sabe do desejo que mora em seu coração.
Mesmo que esta pessoa pareça um grande ponto de interrogação para você, ela continua sendo a primeira imagem que surge em sua cabeça. Como pode? Você julga que a conhece tão bem, mas tudo acaba invariavelmente caindo por terra. Cada ação se desdobra na surdina e revela outra pequena parte da incógnita que ela mostra ser.
E então você vai entrando em seu labirinto e se vê sem ter como sair. Só ela tem a chave e o mapa. Você, não, logo, fica bem lá no meio, perdida, esperando tudo terminar. Na verdade, você nem gostaria de estar lá. Só entrou porque tinha certeza de que pelo menos ali teria companhia.
É, algumas horas pode parecer uma relação bonita, mas, se você pensar num todo, é uma boniteza cheia de poréns e que afligem uma só pessoa: você. Certo, que tipo de beleza é essa, que tem espaço para apenas um de vocês esticar as perninhas? Também não sei.
E aí, quando você fecha os olhos e pensa no tal ser humano, está apenas perdendo tempo.
Sabe de uma coisa? Você não merece repetir a imagem de alguém em seus pensamentos quando isso não acontece com a outra parte (des)interessada. Ela não te merece. Você tem direito àquilo que ela nunca poderá te oferecer: a reciprocidade.