Você está se atropelando, está passando por cima de si mesma com esse tanto de coisas para definir em um só momento.
Pegou todos os problemas de uma vez, jogou-os em cima da cama e agora está olhando para eles, tentando saber em qual você dá um jeito primeiro: onde põe aquele que já estava no seu quarto há muito tempo, como se livra do segundo – que pesa mais do que uma tonelada – e o que faz com aquele que esquenta cada lugar que passa e deixa até as suas bochechas meio coradas. Faz isso enquanto continua sentada e cada vez mais confusa por não saber por onde começar.
A segunda questão parece depender mais de uma decisão de momento. Só que a primeira te puxa forte para que você dê ouvidos a ela e então começa a surgir, de leve, aquele típico desconforto de quem sente que não está fazendo a coisa certa. Que confusão… Aos poucos, o sentimento vai se aninhando dentro de você e vira um leve enjoo – até você não querer saber de mais nada e resolver fazer algo que não seja relacionado a eles.
E então o que faz? Pega todos os problemas nas mãos, mesmo que estejam quase caindo pelos vãos dos braços, e trata de colocá-los embaixo da cama. Deita-se e tenta dormir – mas não sem antes a cabeça martelar, lembrando que continuam todos ali, bem perto de você.
É assim sempre que você tenta resolvê-los: nunca dá certo e eles acabam voltando ao local de origem.
Sabe o que é? Eles não fazem parte da mesma categoria. Não vieram do mesmo local e tampouco terão a mesma solução. Então por qual motivo você continua tentando resolvê-los de um jeito só? Não vai dar certo.
Coloque o foco em um por vez. Você pode tirar todos do lugar e buscar colocá-los em fila, dando a eles diferentes prioridades: assim, estarão ordenados para que sejam resolvidos em momentos distintos. Escolha o primeiro e trabalhe em cima dele e só dele, buscando não ficar pensando que, depois, haverão outros.
Dê uma chance à sua cabeça. Consegue perceber agora? Não teria jeito de fazer caber todos num ambiente só, mesmo que você quisesse muito. Também não seria saudável tentar encará-los de uma vez sendo você apenas uma pessoa – por mais forte que seja. Não vale gastar tanta energia com eixos diferentes ao mesmo tempo.
Defina um começo, apenas um, para conseguir enfrentar seus dilemas sem se enterrar em um monte de dúvidas. Tenha calma. Respire. E seja corajosa.