Tem gente que acompanhamos o tempo todo nas redes sociais. Ficamos sabendo do show que a pessoa assistiu na semana passada; que ela continua morando no mesmo bairro; o que está estudando e até mesmo, em alguns casos, sabemos o que comeu no jantar da noite anterior. Podemos nem ser próximas dela, mas estamos vendo um recorte da sua vida – de longe.
Mas não são todos que postam sobre si na internet. Alguns ficam escondidos atrás de uma foto de perfil, de um ou dois compartilhamentos de notícias… e só. Isso não é ruim, nem bom, aliás. É apenas normal: afinal, a gente tem liberdade para fazer (ou não) o que quisermos com a exposição de nossas vidas, não é?
Só que, sempre que clico no nome de usuário daquele perfil específico, várias questões surgem em minha cabeça. E, de certa forma, é até engraçado pensar nisso, porque deixo a mente viajar em hipóteses doidas e acaba sendo divertido: será que ainda mora na mesma cidade? Frequenta os mesmos lugares? E a opinião sobre aquelas questões todas, mudou ou continua a mesma?
Afinal, por trás destas perguntas, o que quero saber é se aquela pessoa que um dia foi tão próxima, enfim, continua sendo e vivendo como antes.
Todo mundo vai evoluindo aos poucos, cada um a seu tempo, mas é fato que vamos acrescentando detalhes às personalidades e deixando algumas coisas de lado. Só que a nossa essência, de certa forma, continua igual. E aí vem a curiosidade a respeito do outro: ele ainda é o cara de quem eu tanto gostava?
Não dá para saber com certeza e, talvez, a resposta esteja apenas nas mãos de seu círculo mais íntimo, do qual não faço mais parte. A dúvida vem e vai embora quando clico no “x” ao topo da página e migro para outra atividade, apagando aquele momento do dia.
Até que, numa tarde qualquer, nos encontramos por acaso e, num simples “Oi! Como você está?” e num velho sorriso conhecido, percebo: ele segue como sempre foi.
Um sentimento nostálgico preenche o corpo. Sorrio de volta. E, depois de algumas palavras amigáveis, seguimos cada um o seu caminho. Diferentemente iguais.