Você se julga uma pessoa fraca?
Às vezes, a gente acha que existe uma espécie de incapacidade que nos prende, poderosa dentro de suas grossas paredes de vidro. A tampa do pote está lá em cima, é só abrir, mas quem disse que conseguimos? E se nem isso é possível, até parece que teremos forças para resolver outras coisas mais importantes. É ou não é?
Tem dias que o peso é difícil de carregar. A gente até pensa em tentar, mas julgamos que nossos braços não darão conta e então desistimos, abandonando o que parece insuportável. Dentro de nós, uma voz que julgamos ser sábia nos guia, dizendo que é demais, que não tem jeito, é preciso pedir ajuda. “Sozinha não rola.”
Vou contar uma história: uma noite, sonhei com essa tal voz que sempre me acompanhou. No sonho, tudo parecia bem diferente da vida real, eu era gigante e aquela voz, coitada, era um grande nada.
Acordei me sentindo estranha, como se tivesse despertado comigo uma força há muito adormecida. Foi então que percebi que aquilo deveria ser um sinal: logo eu, que nunca fui das maiores fãs de exercícios físicos, vi que era chegada a hora de ir à academia.
Calma: esta academia era diferente. Não pense que eu treinaria braços ou pernas para torná-los mais fortes. A ideia aqui, cara amiga, era treinar a mim mesma, fazer com que aquela tal voz, sempre tão grande, se tornasse pequena: afinal, para mim, de nada ela servia. Sim, seria um processo, uma experimentação que levaria tempo. É claro, né?
Mas eu garanto: foi só tomar esta decisão que já passei a ver resultados. Uma coisa de louco! Efeitos a curto e longo prazo enfileiravam-se em frente a mim. A falta de ânimo foi embora e, no lugar dela, dei boas-vindas à agitação.
Ei, voz que me faz pequena: você não é importante. Eu não sou miúda, não sou fraca. Nem eu, nem cada uma das pessoas que me lê agora, ouviu? Não dependemos de você. Dentro de nós moram gigantes. Nós vamos acordá-los e não restará o que fazer. Vai ser lindo. Quer ver?