Nunca fui gorda, mas também nunca fui magra. Durante toda a minha vida eu estive no limbo das pessoas que não tinham o direito de reclamar do próprio peso, mas viviam inseguranças com a ideia de usar biquíni na frente dos outros. Minha inseguranças da adolescência me limitavam de tantas formas que se eu pudesse voltar no tempo e mudar algo, certamente seria isso. Queria ter aproveitado mais a época em que tudo acontecia pela primeira vez, sabe? Meu corpo já era lindo, eu só não conseguia me sentir bem dentro dele. Como ainda não inventaram a tal máquina revolucionária, usarei esse texto como uma forma de libertar vocês de algo que me privou de viver momentos incríveis.
Bom, para começar, seu corpo não é igual ao da sua melhor amiga – e de nenhuma outra pessoa no mundo. Isso não significa que você precisa transformá-lo ou se esconder quando alguém magro estiver por perto. As pessoas que realmente importam estão ocupadas demais vivendo a vida delas e não vão ficar comparando vocês (as outras ainda não estão maduras o suficiente para você). Por mais maluco que pareça, isso acontece mais dentro da sua própria cabeça do que lá fora. Pule na piscina. Escolha o biquíni que mais te agrada. Aceite o convite e só volte aqui quando tiver histórias para contar.
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Eu sei, normalmente quando você tem um corpo com medidas medianas e usa uma roupa que não favorece sua cintura ou o tamanho do seu quadril, as pessoas dizem que você usou isso errado. Não acredite nelas. Usar errado é vestir algo que não te deixa feliz e confortável. Todas aquelas matérias de revistas de moda que dizem o que você deve ou não usar de acordo com seu peso ou altura, elas serão sempre um monte de pessoas tentando te excluir de algo. Se você não ouvi-las, acredite em mim, num futuro bem próximo elas serão apenas pessoas falando sozinhas e escrevendo para ninguém.
Não sei qual é a sua relação com comida, mas precisamos falar sobre isso. Por muitos e muitos anos, para mim, comer foi sinônimo de lidar com algo que estava acontecendo dentro da minha cabeça – definitivamente não era fome. Eu comia quando estava ansiosa, comia quando estava feliz e também comia quando estava chateada. Não era para alimentar e nutrir meu corpo, era para preencher um vazio que existia dentro do meu peito. Só quando amadureci e resolvi alguns dos meus dilemas existenciais que tudo isso ficou claro para mim: nenhuma dieta iria me salvar dos meus próprios sentimentos.
Eu não fiquei em paz com meu corpo apenas porque perdi alguns quilos (e voltei para o meus 63kg da adolescência), mas porque levantei a bandeirinha branca da paz de espírito. No more dietas malucas que eu achei na internet. No more pesar pela manhã e passar o resto do dia deprimida pensando que cada caloria iria aumentar aquele número.
Converse com médicos e nutricionistas para entender como o seu corpo funciona. Melhor do que qualquer achismo é ter certeza do que está acontecendo. Priorize a intercessão do que você gosta e o que é saudável. Mude os horários caso seja necessário (isso foi realmente importante pra mim). Descubra algo que te dê prazer que não esteja na cozinha e que faça você usar esse músculos que estão aí dentro de você paradinhos. No começo eles vão reclamar e pedir mais uma temporada de qualquer série do Netflix, mas depois eles é que vão te fazer querer sair por aí para se movimentar. Eu juro!
Experimente pular corda, aula de boxe, aula de dança ao som de Beyoncé, caminhadas ouvindo boas playlists do Spotify e aulas de Yoga/Pilates no Youtube.
Faça que o seu feed das redes sociais se transforme num mural de inspiração. Siga pessoas que não tem medo de mostrar quem elas realmente são – corpo, cabelo, inseguranças, sentimentos, curvas e sardinhas. Todo mundo fico bonito na luz boa e com o filtro certo, mas a luz que realmente transforma é aquela que vem de dentro. Esteja cercado de pessoas assim. Se não der na vida real, ao menos na online. Quanto tudo tá um merda, às vezes a pessoa tá na merda também e isso te conforta. E no outro dia ela tá feliz o que significa que você também pode ficar. É assim pra todo mundo que tem coragem.
Por último e o mais importante: ser magra infelizmente não garante a felicidade de ninguém. Não espere para se sentir bem apenas quando atingir seus objetivos. Melhor, mude seus objetivos. Esqueça os números, as medidas e a opinião daquele cara babaca. Concentre-se em como você se sente e em todas as coisas que te fazem ser única. As piadas que só você sabe fazer, sua facilidade em aprender outra língua, como você consegue ir até o chão na balada ou sei lá, como você está sempre pronta para dar os melhores conselhos para uma amiga solitária. Ótimo. Agora lembre-se sempre de ser sua melhor amiga. Digamos que o que você pensa é o que você quer dizer. Diga junto comigo e em voz alta: você é LINDA!