Em meio a uma crise típica da idade, uma adolescente deseja ter 30 anos e, de repente, acorda com… 30 anos! Se você acha que estou falando do filme De Repente 30, bom, estou mesmo! Quando a gente passa por um momento punk na vida, seja em casa ou na escola, parece o fim do mundo. Eu não via a hora de fazer 18 anos, virar adulta de verdade e ter “liberdade” para fazer o que eu quisesse. Que bobinha eu fui!
Eis o que aconteceu: fiz 18 anos, entrei para a faculdade… E então tive que trabalhar, cuidar dos afazeres domésticos (quer ser adulta? Então toma!) e dar um jeito de criar o meu futuro. Mas, espera aí… Cadê a tal liberdade?
“Estou mergulhada na tal vida de gata borralheira, mas é por pouco tempo. Ah, deixa só eu fazer 30 anos… estarei linda, bem resolvida profissionalmente, viajando o mundo”, pensava. Preciso dizer o que aconteceu? Haha.
Tudo bem, vamos com calma: é claro que a vida não está ruim, que tive muitas conquistas ao longo do tempo, mas o que quero dizer com esse devaneio todo é que a gente não deve se iludir achando que, ao completar 18, 30 ou 40 anos, um novo ciclo revolucionário necessariamente precisa começar. A vida continua e as mudanças, ah, as mudanças… Elas chegam, mas são sutis.
É preciso dar um passo de cada vez para a gente ser bem-sucedida na vida. E, em cada fase, vamos passar por conflitos, desafios e conquistas. E também vamos, claro, amadurecer com isso.
Se você já viu De Repente 30, sabe que Jenna – a personagem que do nada se vê com 30 anos -, depois de vislumbrar uma vida de glamour e independência, se dá conta de que deixou muito para trás em seu caminho ao focar apenas no topo do pódio. Ela perdeu muitas coisas – e se perdeu também, claro.
Eu não quero isso para mim – e nem para você. Vamos viver um dia de cada vez?
Por Marisol de Andrade, 30 anos, Praia Grande (SP)
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