você está lendo Eu comecei a anotar as coisas e isso me ajudou a ser mais feliz

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Eu sempre tive o costume de anotar coisas. Quando falava muito ao telefone, ficava fazendo rabiscos. Quando tinha que deixar um bilhete para alguém, floreava-o bastante, fazendo várias outras anotações no bloquinho. Quando comecei os meus diários, adorava montar páginas bem explicativas sobre o meu dia e, assim que surgiram os planners e organizadores, aproveitei para me organizar e listar as tarefas com muito mais afinco. Só que, desde o início do ano, tenho anotado outras impressões e sensações – só que com relação aos meus sentimentos, e isso foi totalmente transformador para mim. Quem diria que um papel e uma caneta me ajudariam tanto, né? Pois aconteceu – e aqui explico como!

Comecei a anotar os meus sonhos de forma mais clara

Você conhece o mapa de sonhos? Eu já tinha visto em livros como “O Segredo” que mentalizar e anotar seus desejos e metas é muito bom, mas foi sabendo do tal mapa de sonhos que isso ficou evidente para mim. Resumindo, é um papel em que você coloca suas intenções de forma clara e justa consigo mesma. Se você acha que merece passar em uma prova em primeiríssimo lugar, não se acanhe, coloque isto no papel! Você segue preenchendo uma folha em branco, com palavras assertivas (nada de “eu quero” e sim “eu vou”), sem a palavra “não” (“não quero mais ter que…”) e com coisas que incluam somente você (“fulano vai ganhar na loteria” não rola). Bem, de certa forma, quando vai escrever neste papel, você repensa real os seus sonhos e não coloca nada menos do que realmente merece, mas pesando melhor o que deseja de todo o coração.

E então, além de jogar suas vontades para o universo, você acaba refletindo sobre elas e até enxergando melhor os caminhos possíveis para realizá-las. É ótimo!

Quando as coisas ruins aconteciam, anotava o que estava sentindo – mas com foco só em mim mesma

Meu 2018 não começou com muitos acontecimentos felizes e em janeiro mesmo passei por várias bads. Tinha horas em que dava vontade de ficar só chorando, curtindo músicas tristes e pensando no que tinha acontecido. Eu tive esses momentos e me permiti vivê-los – mas, uma hora, decidi colocar um ponto final nisso. E aí, mais uma vez, escrever me ajudou. Eu escrevia em forma de lista tudo o que estava sentindo: mágoa, tristeza, raiva… E, na frente de cada um destes sentimentos, colocava o motivo (mas o motivo verdadeiro, não a situação que tinha acabado de acontecer) e o que esse sentimento mudava na situação. A resposta? Sempre nada. É claro que antes mesmo de escrever eu já sabia disso, mas colocando no papel a cabeça entendia muito melhor.

Dava para refletir e entender cada um dos tópicos listados, tentando substituir as coisas ruins por boas, por menores que fossem. Ao invés de focar no que eu estava sentindo, desconstruía tudo e via que, embora doloroso, era extremamente passageiro. E aí, diante disso, podia me permitir não sofrer tanto.

Quando coisas boas aconteciam, também anotava cada detalhe delas – mas focando nos momentos em si

Fui dando chance para as coisas pequenas tomarem um espaço maior. E anotava, anotava e anotava. Se alguém tinha me sorrido sinceramente na rua, eu anotava no papel, fazendo disso um acontecimento enorme: “Hoje me deram o maior sorriso de todos e o dia ficou mais lindo, brilhante e colorido!”. Cada pequena coisa (que a gente às vezes pode enxergar como banal) ganhava um foco enorme, como num filme em que o diretor vira a câmera para algo e faz de tudo para representar aquela imagem da forma mais linda possível para o telespectador. Eu tinha que voltar a ver essas partes boas. Escrevendo, praticamente me convenci de que elas estavam por perto.

De detalhe em detalhe, fui voltando a ver tudo com muito mais graça e leveza. Dei mais sorrisos.
Isso virou um hábito e não pretendo largá-lo tão cedo!

No final das contas, meus cadernos hoje não têm mais só os espaços para os compromissos, tarefas e pendências. Dedico algumas páginas a mim mesma e faço o falei aqui em cima. Posso dizer que, com toda a certeza, isso tudo me ajudou a ficar bem mais plena e em paz – e, de certa forma, mais feliz.