É isso mesmo que você leu. Eu sempre adorei os textões. Tive blogs, gostava de redação, escrevia, publicava…
De uns tempos pra cá, parei. O que escrevo é quase sempre pessoal, então eu tinha aquele receio de estar me expondo demais, de não saber arcar com as consequências e outras coisas.
Mesmo assim, continuo amiga das palavras. Meu bloco de notas do celular é recheado de minhas filosofadas, que vez ou outra eu resumo em 140 caracteres lá na outra rede. Ou mesmo no Facebook, quando estou muito inquieta.
É que, quando falo, não me sinto tão confortável – as palavras me fogem, não me expresso bem e às vezes me frustro porque uma frase ou outra de um diálogo “não foi o que quis dizer”.
Uma vez, li a frase “somos comunicadores muito imperfeitos” e ela de fato se encaixou para mim.
Mas, quando se trata de escrever, as palavras não somem, pelo contrário, elas chovem na minha cabeça, brotam sei lá de onde, e eu encontro tantos sinônimos que parece que engoli um dicionário. Por isso sinto essa vontade de publicar. Às vezes, quero que o outro saiba o que senti, porque muito provavelmente eu não soube falar sobre, e talvez fosse necessário.
Para expressar gratidão por ter vivido tudo aquilo. Para registar que sim, eu reconheço o esforço do outro, a oportunidade recebida, a amizade sempre à disposição. Tem coisas que não precisam ser ditas, eu sei, mas algumas devemos fazer questão de expor. Afinal, “eu te amo”, “muito obrigada” e “me desculpe” nunca são demais.
Por Larissa Alderete, 26 anos, Campo Grande (MS).
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