Depois de tantas idas e vindas, percebi que o romance ideal que tanto sonhamos só existe em um determinado momento dos relacionamentos. Um raro deslumbre inicial que afeta temporariamente todos os nossos sentidos, uma espécie droga química que paraliza o raciocínio e acelera os batimentos cardíacos. Parece óbvio, mas na prática, quase ninguém entende isso: Todo mundo quer saber o paradeiro das malditas borboletas.
Elas nunca se foram de verdade se quer saber, continuam trancadas dentro do peito de quem amou. O grande problema é que elas odeiam ficar paradas, isso as faz esquecer como usar as próprias asas. Elas continuam vivas, mas sem voar. Então qual é o segredo para que asas alheias ganhem vida?
Rosas, surpresas, sorrisos, atitudes, palavras, tempo, distância, presente, solidão, desculpas, viagem, amasso.
Infelizmente, algumas vezes, nós não somos capazes de cumprir essa árdua tarefa. Ai vem uma vaca qualquer, e sem esforço algum, consegue o que tanto almejamos. E agora, se estamos sozinhas, quem vai reanimar nossa própria borboleta?
A boa notícia: Nós podemos fazer isso sozinhas.
A abstinência do amor é tão dolorosa quanto a de qualquer outra droga. No espaço do vazio, a solidão se faz presente e não deixa que nada além de oxigênio entre. A verdade, é que quando se sofre muito por alguém, a sensação de domínio não desaparece com os dias ou semanas. Com o abandono, a dor deixa lembranças e feridas profundas, talvez maiores e mais devastadoras do que a felicidade e os malditos momentos alegres.
Depois de um certo tempo e um certos “tapas na cara”, acabamos inevitavelmente conquistando a maior e mais admirável qualidade femina: A independência.
A bendita, que te faz mais forte, mais bonita e desejada. Acredite, não precisar é a melhor, mais rápida e fácil maneira de ter. Isso não vale pra tudo, mas para relacionamentos, é o grande segredo. Quando se é independente, esquecer dói menos, amar dói menos, agir dói menos. Aí fica mais fácil voar alto e pra longe sempre que necessário.